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Possui graduação em Psicologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guarulhos (1991), graduação em Estudos Sociais pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São Caetano do Sul (1992).
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Especialista em: Psicopedagogia, Didática do Ensino Superior, Especialização em Abordagem Junguiana pelo COGEAE/PUC/SP, Mestra em Ciências da Religião e doutora em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP.
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Ganhou bolsa no mestrado e doutorado pelo Conselho Nacional de desenvolvimento cientifico e tecnológico, CNPq, Brasil. Realizou seu Pós-doutorado em Ciências da Religião (PUC-SP) com tema de pesquisa Cura Espiritual.
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Experiência na área de Psicologia, com ênfase em Aplicação de Testes Psicológicos e Projetos Educacionais em Psicologia Analítica atuando principalmente nos seguintes temas: Psicologia, Educação, Religião, Criatividade, Campo Simbólico, Mandala, Atenção Concentrada, Intervenção Psicológica, Crianças abandonadas, Crianças abrigadas, Cura Espiritual.

Monalisa Dibo, muito prazer
Vida Profissional/ Acadêmica
Meu maior interesse em compreender minha existência sempre esteve relacionado com a psicologia e a espiritualidade. Comecei meus estudos acadêmicos em Psicologia na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guarulhos (1991). Realizei diversos cursos, como Auto conscientização do Eu Corporal Bioenergética, Introdução de arteterapia, Introdução a Mitologia Grega entre outros.
Neste momento, já ministrava aulas de Psicologia no Ensino Médio e na formação de professores (Magistério) quando percebi que precisava continuar estudando. Comecei minha primeira especialização em Didática do Ensino Superior (1991), pois queria ministrar aulas na faculdade e, logo em seguida, a especialização de Psicopedagogia (1993).
Em 1995, fui convidada pela Universidade Ibirapuera para montar o laboratório de testes psicológicos do curso de Psicologia, sendo a responsável deste laboratório por 11 anos, além de ministrar aulas desta disciplina.
Meu contato com alunos da universidade sempre foi muito próximo, pois supervisionava os atendimentos com testes psicológicos e técnicas expressivas e estes relatavam a dificuldade de fazer uma intervenção com alguns temas, como religião, transcendência, espiritualidade; assuntos estes velados em supervisões e nos meios acadêmicos.Nesta ocasião, me lembrei de C. G. Jung, pois na faculdade tinha estudado a obra “Psicologia e Religião”, que gostei muito.
Voltei a estudar, ingressando na especialização Abordagem Junguiana: Leitura, Realidade e Metodologia do trabalho, ministrada pelo COGEAE/PUC/SP 2002 e, assim, começaram meus estudos sobre Mandala.Foi muito marcante este ano de 2002, pois realizei, pela primeira vez, a orientação da prática do desenho da mandala em intervenções psicoterápicas na clínica escola da Universidade Ibirapuera.
Esta técnica está voltada para o desenvolvimento da criatividade, atuando na estrutura da psique dos indivíduos e auxiliando nos atendimentos terapêuticos neste momento de aprendizado.Em paralelo, ministrava aulas de Psicologia no ensino médio no Instituto Madre Mazzarello e comecei a observar que meus alunos estavam sem foco, desatentos e com muita conversa paralela; não só em minha matéria, mas também em outras disciplinas.
Assistindo à novela “Estrela Guia”, transmitida no horário das 18 h pela Rede Globo de Televisão, em 2002, notei que, em sua abertura, era explorada a imagem de uma mandala. Na ocasião, este fato foi amplamente comentado pelos meus alunos e, neste momento, comecei a explorar esta técnica em sala de aula.Senti um enorme desejo de pintar mandalas e, em seguida, produzir mosaicos com mandalas com vidros coloridos. Esta atividade, realizada por mim até os dias atuais, fez com que eu pudesse vivenciar momentos de tranquilidade, prazer, concentração e uma profunda mudança em relação às minhas ocupações do dia a dia. A partir daí, procurei compartilhar estas experiências com meus alunos, levando esta atividade para sala de aula.
Foram observados os símbolos manifestados nos desenhos dos alunos e na elaboração destes como sinais vindos do inconsciente. Estes itens, sem dúvida, seriam um rico material para um possível estudo. Precisava continuar estudando algo ainda a ser entendido, experimentado e vivenciado. Fui em busca do mestrado para tentar unir a espiritualidade/ psicologia/ autoconhecimento.Sentia a necessidade de fazer meus alunos vivenciarem a espiritualidade, mas não sabia como fazer isso ainda, pois não estava claro o que sentia e observava.
Em 2005, ingressei no mestrado em Ciências da Religião da PUC-SP. Um novo horizonte abria-se em meu caminho. Reconhecimento e gratidão foi o que senti ao receber a bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq do Brasil.Sabia que o tema seria Mandala, mas, ainda, não sabia o caminho. Comecei estudando o Budismo e Hinduísmo e procurei obras que fornecessem conhecimento sobre mandala, nas quais ela é utilizada como método de contemplação de formas simbólicas.
Ao ler o livro Mitos e Símbolos na Arte e Civilização da Índia, de H. ZIMMER, observei que a cultura hinduísta também era rica em símbolos e suas representações; assim, utilizei a palavra Prabhã-mandala que significa “Porta do esplendor”, um desenho decorativo colocado sobre a áurea de Shiva, “o senhor” (a personalização do absoluto), para o tema da minha pesquisa na tentativa de desenvolver uma possível ligação do desenho da mandala com uma porta, uma passagem entre dois estados, entre o conhecido e o desconhecido. Esta passagem porta-mandala tem um valor dinâmico, psicológico; pois não indica só uma passagem, mas convida a atravessá-la. A porta é o convite à viagem rumo a um além. É ela que dá acesso à revelação; sobre ela veem se refletir as harmonias do universo.
Portanto, o Prabhã-mandala seria uma tentativa para abrir a consciência de cada adolescente para uma nova realidade.
Neste mesmo, ano de 2005, tive a oportunidade de estudar qual a verdadeira representação da Mandala na Índia e Nepal, visitando templos, cidades sagradas, festas e vivência de meditação Raja Yoga; foram 20 dias de imersão no tema.
Jung recorreu à imagem da mandala para designar uma representação simbólica da psique, que é representada como arquétipo da ordem, da integração e da plenitude psíquica, surgindo uma possibilidade de autocura. Eu me encontrava neste momento. Entender estes conceitos e vivenciá-los era como banhar-se em um mar de luz.Foram anos de muito aprendizado e leitura sobre religião e o campo simbólico e, a cada lugar que visitava, procurava sobre o tema “Mandala”. Livrarias, lojas, artesanatos; enfim, fui buscando montar meu acervo com mais de 2000 mil mandalas para trabalhar em intervenção terapêutica. Estes lugares que tive a oportunidade de conhecer foram: Itália, Suíça, França, Alemanha, Copenhagen, Áustria, Grécia, Holanda, Turquia, Tunísia, Egito, Tailândia, Índia, Nepal, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil e Estados Unidos.
Com um caminho traçado, escrevi meu primeiro artigo acadêmico, em 2006, com o tema “Mandala: um estudo na obra de C.G.Jung”. Meu segundo artigo foi publicado em 2007: “Mandala: os efeitos de sua aplicação no comportamento da atenção concentrada dos adolescentes”
Ao terminar o mestrado, percebi que ainda não tinha esgotado este tema. Minha alma ainda pulsava, pois sabia que esta técnica visualizava um trabalho terapêutico de qualidade, com foco na expressão do ser por inteiro alma/corpo/mente, podendo proporcionar uma reconexão com um espaço quase esquecido de nós. Esta reconexão foi percebida por Jung, que começa a recuperar o conhecimento existente nas antigas tradições espirituais, nos mitos, na filosofia e reconhecido, nesse saber e nos símbolos, um valioso instrumento de reconexão com o Self e de promoção da saúde psíquica. “E é assim que acredito”, disse Jung, e em acreditar como Jung, dei sequência ao doutorado, ainda no departamento de Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP, ano de 2008.
Neste período de aulas do doutorado, conheci uma psicóloga, filósofa e pesquisadora brilhante que até hoje tenho a felicidade de tê-la como amiga, a diretora do Ichthys - Instituto de Psicologia Analítica, em Curitiba. Esta instituição tem o propósito de expandir o conhecimento nas áreas de Psicologia Analítica, Filosofia, Religião e Arte acerca das autênticas possibilidades de expressão da alma humana e do espírito criativo. Recebi o convite, em 2008, para ministrar uma aula sobre Mandala neste Instituto e é neste lugar de muito conhecimento e luz que estou trabalhando até hoje.
Meu mestrado tinha como tema a Mandala na educação, mas precisava continuar pesquisando o que este instrumento que denominei psico/religioso poderia beneficiar em outras áreas nas quais a sociedade pode ser acolhida e cuidada com o que este instrumento propõe.
Participei do III Congresso Brasileiro de Psicoterapia Junguiana – o fenômeno da violência e saúde mental, onde apresentei e publiquei o artigo “Mandala: os efeitos de sua aplicação do comportamento da atenção concentrada”. Neste congresso, surgiu o interesse do tema central de minha tese: “Intervenção Psicológica com Mandalas: os efeitos da técnica do desenho da mandala em crianças de 8 a 12 anos vítimas de abandono em casa abrigo”. O foco central foi a depressão, stress, violência e abandono. Foi uma pesquisa difícil, mas, ao mesmo tempo, maravilhosa, por saber que este trabalho ajudaria muitas crianças nesta situação de vulnerabilidade.
Este instrumento psico/religioso “Mandala” proporciona aos indivíduos que as vivenciam um mundo lúdico e criativo, uma melhora significativa na autoestima. Através da criatividade, desenvolve novas formas de expressão, conduz a melhor atenção concentrada, expande o conhecimento e a imaginação, induzindo à descoberta de potencialidade que os torna indivíduos felizes, conectados com sua própria essência. Promove autodescoberta, possibilitando um relacionamento mais equilibrado entre ego-Self, proporcionando tranquilidade e bem-estar e diminuindo o stress e a depressão.
A comprovação cientifica deste instrumento Psico/religioso “Mandala” foi um marco para estudos acadêmicos, pois é um tema muito difícil de ser aceito e discutido nas áreas da psicologia e da religião. Hoje, observo que existe mais aceitação da Psicologia da Religião e fico muito feliz em ter participado deste marco de diálogos e reflexões polêmicas.
Estimulada pelos amigos e alunos, publiquei minha dissertação “Prabhã-Mandala: os efeitos da aplicação do desenho da mandala no comportamento da atenção concentrada em adolescência” em um livro editado pela editora Vetor, em 2010, com o nome: “Arteterapia e mandalas: uma abordagem junguiana”. Depois do término do doutorado, em 2011, realizei alguns cursos, como Auriculoterapia (2012) e Iridologia (2013).

Em 2015, fui convidada a fazer meu pós-doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP no departamento de Ciências da Religião mais uma vez.No ano seguinte, minhas atividades das aulas do pós-doutorado se concretizaram no livro “O uso da técnica do desenho da mandala no ensino religioso, Orixás e Santos Católicos: sincretismo no Brasil” e, logo que acabou este ano, fui agraciada com um convite para ministrar aula de Didática e Metodologia do Ensino Religioso no COGEAE/PUC/SP. Com muito Axé, produzi mais dois livros: “Prabhã Mandala: Processo Integrativo pela Mandala”, com material e conteúdo dos cursos que realizo sobre Mandala, pois é muito didático e prático, e “Prabhã Mandala: Religião e Educação”, útil para entender a origem da mandala na história.
Em uma viagem para Chapada dos Veadeiros a passeio com a família, quando estava na cidade de Pirenópolis (GO), moradores de uma pousada mostraram-me um vídeo sobre um médium famoso internacionalmente que se chamava “João de Deus”. Achei engraçado tal nome e desconhecia este médium tão famoso. Fiquei muito curiosa e resolvi visitar a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), para conhecê-lo. Fiz diversas visitas ao local para vivenciar as práticas de cura e, diante de muitas observações e pesquisas, publiquei um artigo na Revista “Último Andar” - Caderno de Pesquisa em Ciências da Religião (versão eletrônica) PUC/SP – 2016 - “Quem é João de Deus”.
Constatei que aquele algo novo em minha vida era entender melhor o que era saúde. Minha vida até então era acadêmica, falava da saúde psíquica, mas vivia na educação e, neste momento, sentia que possibilidades de mudanças se apresentavam. Saúde é o oposto da doença e é percebida como um estado ideal de harmonia e equilíbrio. Dificilmente o individuo se encontra totalmente doente ou totalmente saudável. Foi quando comecei a frequentar e observar muito atentamente a casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, e percebi um campo repleto de oportunidades de estudos sobre a espiritualidade e saúde psicológica, física e emocional dos indivíduos que lá frequentavam.
O objetivo era observar e refletir sobre o fenômeno de cura espiritual e simbólica em indivíduos que buscavam o trabalho de intervenção de cura na Casa Dom Inácio de Loyola.
Minha pesquisa foi nomeada: “Processo de cura espiritual na casa de Dom Inácio de Loyola”. Realizá-la foi maravilhoso, pois observei dois momentos importantes: o primeiro que é a experiencia mística que não provoca mudança na consciência do individuo, mas uma vivência de bem-estar; já o segundo, o da ampliação da consciência, produz mudanças de comportamento, de transformação interior, verificando uma integração psicofísica. Poderia ter falado muito mais sobre as observações, mas há muita censura na academia. A espiritualidade ainda é velada. Esta pesquisa foi apresentada no II Simpósio Internacional da ABHR, XV Simpósio Nacional da ABHR, História, Gênero e Religião, Violência e Direitos Humanos - UFSC/Florianópolis. Apresentei mais um artigo no II CONACIR, V Semana das Ciências da Religião/UFJF com o tema: “Instrumento Religioso na Educação: Técnica do desenho da mandala”.
Ao término do pós-doutorado, em 2017, fui convidada a trabalhar com uma equipe maravilhosa de profissionais competentíssimos que atendiam seus pacientes com um olhar integrado. O lema desta equipe era tratar o indivíduo como um todo “corpo/mente/espírito” e, assim, elaborei um livro que é o pilar de meu trabalho com as mandalas. Consegui produzir um diagnóstico simbólico com a técnica do desenho da mandala, sendo este muito eficiente em uma possível análise, proporcionando, ao mesmo tempo, autoconhecimento para o paciente e transmitindo bem-estar e um olhar atento as suas queixas. Livro: “Manual: Técnica do desenho da Mandala - Diagnóstico terapêutico.” e “Espelho da alma”.
Ministrei diversos cursos de mandala com o foco em saúde mental, mediunidade, energias, entre outros temas da espiritualidade. Além de muitas supervisões para alunos que participaram dos cursos sobre mandalas e em trabalhos com esta linda técnica, proporcionando saúde e bem-estar aos seus pacientes. Estes alunos são psicólogos.Ainda realizei trabalhos voluntários com intervenções psicológica e a técnica do desenho da mandala; todos, como sempre, muito gratificantes ao ver os olhos das pessoas brilharem de saúde e amor.
Sinto-me muito orgulhosa em dizer que trabalhei e trabalho com este instrumento Psico/religioso “Mandala” com pacientes em caso de suicídio grave e dependentes químicos. Os resultados foram e são positivos nos tópicos de bem-estar, percepção dos pensamentos, atenção concentrada e ampliação de consciência.Participei do Congresso Internacional - SOTER 2017 PUC/Minas-Belo Horizonte com o tema: Instrumento Psico/Religioso na clínica Pineal Mind: técnica do desenho da Mandala.”
Atualmente, trabalho online com atendimentos psicoterápicos com ênfase em técnicas expressivas, sendo, em sua maioria, material próprio de anos de elaboração e com a técnica do desenho da mandala. A proposta é fazer o paciente aprender a ter uma percepção ampla de seu mundo interior, descobrir seus potenciais criativos, escutando sua intuição e o campo simbólico. Prezo uma terapia amorosa com muita luz e aprendizado sempre com palavras de sabedorias.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4101547384595242

